quarta-feira, fevereiro 27, 2013

O controle da mente e ler os pensamentos (dos outros)

Assistam os caros leitores ao vídeo que apresento no fim deste texto e constatem o estado actual da ciência sobre a capacidade dos humanos lerem a mente de outros seres humanos.

Embora o conhecimento científico não esteja totalmente "democratizado" (leia-se, acessível ao público em geral) e, mesmo, acessível a peritos (cientistas) que trabalham com os humanos no dia a dia, julgamos que o actual estado de evolução científica da Humanidade ainda não chegou ao ponto de, mesmo com o uso de computadores potentíssimos, lograr "captar" em plenitude o pensamento humano e, mesmo que já isso fosse possível, saber se tal pensamento corresponde à realidade dos factos exteriores.

Há o conhecimento de experiência feito de que a coerência das declarações, a segurança com que estas são feitas, a sua espontaneidade e toda a postura de uma testemunha demonstram (se esta não for, afinal, um grande actor) toda uma sinergia comportamental que leva a crer ser credível e o seu testemunho global ter veracidade.

Porém, se o leitor tiver alguma dúvida, peça ajuda aos meritíssimos juízes que julgaram o processo Casa Pia, pois estes, perante depoimentos de "miúdos" (todos com mais de 16 anos) com testemunhos absolutamente contraditórios e sem lineariedade lógica absoluta, lograram determinar quais as partes de tais depoimentos que correspondiam à "verdade" e quais as que não correspondiam (na mesmíssima pessoa), sendo que as primeiras (partes) foram obtidas com aquilo a que chamaram a "ressonância da verdade" e sem "dissonância" inibidora daquela e as segundas aquelas em que se verificava esta última.

A lei impõe que, num julgamento da Justiça, quando determinados factos dependam de conhecimentos técnicos, científicos e artísticos, haja a intervenção de peritos que possuem tais conhecimentos.

Mas em portugal (e não só, já que o fenómeno é global), mesmo que não haja ainda tais conhecimentos científicos adquiridos pela Humanidade, os juízes podem preencher tal lacuna através da sua "livre convicção"(!!!).

E assim temos, por exemplo, Carlos Cruz condenado por ter praticado determinados actos em determinados locais, onde mais ninguém o viu, a não ser as "vítimas" de tais (dados como provados) actos "seus"...

É caso para dizer que (e é a minha convicção, desculpem-me os meritíssimos a minha arrogância), embora cientificamente não haja prova de extraterrestres entre nós - e extraterrestres com a capacidade de auto-teletransporte invisível de um lugar para outro - fiquei a saber, por dedução minha, por causa da "prova" assente em tal processo, que Carlos Cruz é um desses extraterrestres com tal capacidade e que os ilustres julgadores estão mais avançados do que a Humanidade no controle do pensamento alheio - e do pensamento alheio "verdadeiro", isto é, do pensamento que corresponde à "realidade" distinguindo, na mesma pessoa, a "parte" que não é "verdadeira", da "parte" que é verdadeira.

Como não acredito que os juizes que julgaram o processo referido tenham tais conhecimentos científicos, só me resta concluir que a Justiça, quanto a determinados temas, não passa de "política" (ou de mera "justiça") ou de uma grande feira de vaidades...ou de um tandem das duas hipóteses...

E não me venham com o chavão de que "não há fumo sem fogo"!

Se alguém é acusado de ter posto "fogo", não basta, para o condenar, dizer que se viu "fumo", ou cairemos num jogo de sombras e de espelhos em que já não se sabe quem é quem e quem é a imagem ou a sombra de quem...



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